quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Dossiê ColorScreen: Zé Carioca, 70 anos - Parte 2!

Representante do Brasil no Universo Disney, um certo papagaio com roupas de malandro e personalidade bem esperta se tornou um ícone. Com décadas de história, nada mais merecido do que ser tema de um especial no nosso blog, não é? A seguir, a continuação do Dossiê ColorScreen - A história de Zé Carioca!

Atenção: este post é a segunda parte do Dossiê Zé Carioca. Clique aqui e confira a primeira parte, contendo a criação do personagem, a origem nos cinemas, o surgimento nos quadrinhos e muito mais!

Como falamos no post anterior, Zé Carioca foi se estabelecendo como símbolo do Brasil, através de sua criação e inclusão no mundo de Walt Disney. Seja nos cinemas ou quadrinhos, o carismático papagaio conquista a todos, sendo o personagem favorito de muitos brasileiros. Agora, vamos partir para uma pequena retrospectiva do que foi feito com Zé Carioca nas últimas décadas!

Durante a década de 80, uma controversa decisão é tomada pela Editora Abril, responsável pelas histórias com o personagens, que eram (dos anos 50 até 2001) produzidas no Brasil e exportadas para todo o mundo. Reformular o visual do personagem, abandonando as roupas clássicas de malandro, para uma modernização de seu estilo. A princípio, Zé passou a usar calça jeans e camiseta branca, look que depois foi trocado para calça jeans, camiseta amarela e boné vermelho virado para trás. Na minha opinião, apesar de preferir o visual clássico, este estilo mais recente é uma boa roupagem para épocas mais contemporâneas e não prejudica o personagem.

Em 1988, "Uma Cilada para Roger Rabbit" revolucionou, misturando animação com filmagens live-action. E, como o roteiro se propunha a homenagear grandes ícones dos desenhos animados, dezenas de personagens fizeram aparições no filme, como Pernalonga e Mickey (cena que já foi mostrada em um post anterior, clique aqui para ver). E adivinha quem também aparece, em uma cena ao lado de vários outras lendas dos desenhos? Pois é! Zé Carioca aparece por poucos segundos ao lado de Patolino, Droopy, Pinóquio, Papa-Léguas e Pateta, entre outros! Infelizmente não está disponível nenhum vídeo desta cena, mas ao lado você pode ver a imagem (clique aqui para ampliar e ver a cena completa).

Como Zé é um típico brasileiro, pelo menos no que diz respeito à paixão pelo futebol, nada mais justo do que uma saga mostrando este aspecto. E foi assim em 1994, quando "Zé na Copa", história dividida em várias edições, mostrou o personagem embarcando junto com seus amigos e com a seleção brasileira para disputar a Copa do Mundo de Futebol nos Estados Unidos. Em todos os capítulos, uma partida da competição era disputada, com o time contando com jogadores reais da época sendo satirizados. Uma série muito marcante, que vale a pena pesquisar para conhecer ou reler!

Dois anos depois, em junho de 1996, acontece uma das aparições mais inusitadas e interessantes do personagem. Zé Carioca ganha um talk show na Rede Globo! Pois é, nascia assim o "Disney Club" (nada a ver com o programa homônimo do SBT, com a TV CRUJ). Neste quadro, exibido dentro da "TV ColOsso", Zé aparecia em forma de boneco e recebia personalidades para uma entrevista. Passaram por lá famosos como Angélica, Sandy & Júnior e Renato Aragão. Além da entrevista, o papagaio fazia piadas, lia cartas do público e ancorava o conteúdo produzido pela Disney que exibido no programa. Por exigência da empresa de Mickey, o boneco foi confeccionado em Los Angeles, usando materiais como látex, fibras de vidro e carbono e tecidos que imitavam penas. Infelizmente o quadro não durou muito tempo, pois o programa foi extinto em janeiro do ano seguinte. Porém, encontrei um material bem raro, contendo uma das edições do talk show, onde Zé entrevista o jogador Romário! Reveja a seguir:



Já em 2001, veríamos a ave no programa "House of Mouse", produção do Disney Channel exibida também aqui, com o nome de "A Casa do Mickey Mouse". E o mais legal é que o quadro em que Zé apareceu foi um revival dos Três Cavaleiros. Na esquete, Mickey precisa convencer Donald a fazer uma apresentação, e para isso, pede a ajuda dos velhos amigos do pato, chamando Zé e Panchito para um reencontro, que termina em um animado número musical:



Atualmente, Zé também pode ser visto no Epcot Center, parte do complexo da Disneyworld em Orlando, Flórida. Para quem não sabe, este setor do parque é composto de pavilhões que representam a cultura de certos países. Infelizmente, não existe um para o Brasil (o que eu acho bem absurdo, aliás...). E Zé Carioca acaba sendo inserido no pavilhão mexicano, ao lado de Panchito. Apesar de muitos julgarem um desrespeito e uma certa generalização (afinal, brasileiros não falam espanhol, não usam sombreiros e etc), eu acho que, pelo menos, é um modo de podermos ver o personagem inserido no parque. Ao lado, você confere o boneco que anda pelas instalações do Epcot Center e abaixo vê um vídeo com um passeio pela "Gran Fiesta Tour", atração mexicana do complexo, onde os Três Cavaleiros atacam novamente:



Ao lado, você confere uma das poucas vezes em que Zé Carioca ganhou um brinquedo. Ao contrário da grande maioria dos personagens da marca, Zé e Panchito nunca foram muito explorados em produtos licenciados, o que é um grande erro, pois o Brasil e o México (e toda a América Latina, na verdade) são imensos mercados consumidores e receberiam com muita empolgação produtos com seus personagens símbolo. A imagem mostra a série de pequenas estátuas produzidas pela Disney no ano de 2005, para comemorar o cinquentenário de "Você Já Foi à Bahia?". Foram produzidas apenas mil unidades, o que torna o produto ainda mais raro. Com isso encerramos o Dossiê ColorScreen - Zé Carioca e seus 70 anos de história!

Para mim, que gosto bastante das produções Disney, é algo bem legal pesquisar e falar sobre Zé Carioca. Na verdade, não acho exatamente algo bom o fato de que a principal característica do personagem seja o "jeitinho brasileiro", tentar viver a vida sem esforço, com a típica malandragem. Isso, na verdade, me incomoda de certa maneira no personagem. Diversos desenhistas estrangeiros, como Don Rosa, mestre dos quadrinhos da Disney, também pensam assim, e tentam dar um caráter um pouco mais esforçado ao personagem (o que também é legal, não o descaracteriza muito, como poderia acontecer). Porém, não é nada que estrague ou me faça curtir menos o papagaio, pelo contrário, na verdade (acho que, para fins ficcionais, isso torna as histórias bem divertidas).

Eu gosto muito dos longas metragem com o personagem, vi inúmeras vezes ambos, e também sempre li quadrinhos Disney, desde muito cedo. E o gibi dele sempre foi um destes. A única coisa ruim é a pouca valorização do personagem nos últimos tempos. Mas esperemos que, com a valorização do Brasil no cenário mundial, Zé Carioca possa ganhar maior destaque, retornando a uma posição importante, com novos desenhos, quadrinhos e muito mais!

E você? Qual sua opinião sobre o personagem? Compartilhe suas lembranças!


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